O
envelhecimento das bebidas destiladas sempre foi bem visto pelos seus
apreciadores, a cachaça também entra nessa questão. O nosso
destilado se difere entre cachaça e cachaça envelhecida, pois são
bebidas diferentes.
Enquanto a
maioria dos destilados envelhecidos utilizam o carvalho no seu
processo a cachaça se mostra de maneira diferente, ela é
envelhecida em diversas madeiras como: amburana, amendoim, bálsamo,
carvalho, castanheira, grapa, ipê, jequitibá e freijó.
“A
madeira dos barris, nos quais a cachaça envelhece, vêm componentes
não apenas agradáveis ao olfato, mas também antioxidantes
saudáveis. Um segundo tabu que está caindo, se refere à crença de
que só o carvalho é a madeira própria para a fabricação de
barris. Segundo o professor Douglas Franco, da Universidade de São
Paulo, o Brasil tem madeiras excelentes para isso, mencionando a
árvore amendoim, o jequitibá-rosa, o ipê e o bálsamo, entre
muitas outras. O problema é achar essas espécies, vítimas da
devastação no País” (NOVO, p.63, 2011).
“Após
um ano e meio, a cachaça lacrada em tonel ou barril selado por órgão
oficial de controle atingirá um ótimo estágio de envelhecimento. A
partir dos três anos, submetida ao processo de envelhecimento, a
bebida ingressa na categoria “reserva especial” (CÂMARA, p.50,
2004).
“Estas,
a meu juízo, madeiras nobres para o envelhecimento da cachaça. O
amendoim, nobilíssimo, solene, perfeito. A garapa, devidamente
tratada, tem um cheiro doce, sedutor. O jequitibá, após três ou
quatro envelhecimentos, é discreto. A cachaça é envelhecida, porém
não perde a sua natureza de aguardente de cana-de-açúcar,
permanecendo cachaça” (CÂMARA, p.54, 2004).
CÂMARA,
Marcelo. Cachaça: prazer brasileiro. Rio de Janeiro: Mauad, 2004.
NOVO,
Manoel Agostinho Lima. Viagem ao mundo da cachaça. São Paulo:
NewBook, 2011.
Foto: Cavic